Anonima2

Então… eu acho que as pessoas tem que procurar sair das bolhas delas, a bolha de conforto, e procurar saber de outros corpos que sofrem muito… um corpo negro, o corpo de uma mulher negra, um corpo gordo, um corpo trans, sabe? Procurar saber mais, porque se a gente continuar nessa bolha…. a gente não vai mudar nada.

Normalmente quando você vai numa escola particular, você encontra um padrão de gente…você encontra um padrão de gente branca, você encontra um padrão de gente heterossexual, um padrão de gente rica, um padrão de gente.

Um padrão de gente que não vai sofrer na rua por ser quem é… entende?

(Como é que era isso?)

Então…. foi! Por que eu tive que conversar, né?

(Você conversou?)

Eu conversei né, eu falei assim “Não vou aceitar isso”! Eu nunca aceitei alguém me desrespeitar, além do mais uma pessoa que é uma autoridade da escola. Eu falei assim “ué, então você não vai mudar seu comportamento?”… E ninguém mudou. Aí eu tive que chegar com uma carta, tive que chegar com uma CARTA falando… (é uma carta que você faz na internet, que as pessoas tem que respeitar o seu nome social) Tive que chegar com essa carta, pra aí eles me respeitarem…

(E cê tinha quantos anos?)

Ah… eu já tinha 17… 16, 17… não, 16 eu acho, porque ai com 17 eu sai da escola e fui pro Estadual Central… Nossa, quando fui pro Estadual Central foi tudo melhor…